75 resultados para Intestinos - Doenças Radioterapia - Teses

em Biblioteca de Teses e Dissertações da USP


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A recente evoluo das doenças crnicas no transmissveis (DCNT), possivelmente associadas s mudanas de hbitos alimentares, tem sido um desafio para a promoo da alimentao saudvel em vrios pases, inclusive no Brasil, onde o sdio tem sido o foco de ateno, pela possibilidade da reduo da sua elevada ingesto ser uma das medidas com melhor custo benefcio para sade pblica. necessrio conhecer o contedo de sdio e de componentes especficos, relacionados s DCNT nos alimentos comercializados no pas, para orientar o consumidor na seleo adequada dos alimentos e mesmo para modificar sua composio; no entanto, nas bases de dados, o contedo desse mineral est presente em um nmero reduzido de alimentos. O objetivo da presente pesquisa foi a elaborao de uma base de dados de alimentos processados com componentes especficos associados s DCNT, dando nfase ao sdio, e avaliar o uso dessa base de dados para estimar a sua ingesto. Informaes nutricionais de rtulos e de websites de indstrias de alimentos foram coletadas para incluso na base de dados, elaborada de acordo com as diretrizes do International collaborative project to compare and monitor the nutritional composition of processed foods, coordenado pelo The George Institute for Global Health (Austrlia). A avaliao da variao do contedo de sdio foi realizada para alguns alimentos processados presentes na base de dados, considerando os de maior consumo nacional. O contedo de sdio em refeies de restaurantes populares de So Paulo foi analisado por espectrofotometria de absoro atmica de chama e estimado pela base de dados elaborada para comparao. Na base de dados esto includas informaes de 2.319 alimentos distribudos em 14 grupos. Foi observada grande variao no contedo de sdio entre diferentes tipos de pes de forma industrializados, de salsichas, de linguias, de queijos e iogurtes. O contedo de sdio analisado nas refeies (base integral) variou de 215,9 mg a 427,9 mg por 100 kcal, enquanto que o contedo de sdio estimado variou de 204,2 mg a 486,8 mg por 100 kcal (418 kJ). A anlise do coeficiente de correlao entre valores analticos e estimados do contedo de sdio em refeies mostrou forte correlao entre esses dados para dois restaurantes (r=0,703 e 0,897) e moderada correlao para outros dois (r=0,513 e 0,622) dos cinco restaurantes estudados, indicando que atravs da base de dados elaborada possvel obter uma estimativa da ingesto de sdio. A importncia de se conhecer o contedo de sdio de refeies e/ou alimentos est na possibilidade de uso dessas informaes para orientar a reduo do sal empregado no preparo da refeio, e ampliar para o consumidor informaes que permitam identificar alternativas para reduo do consumo de sal.

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Introduo: O excesso de peso em adultos jovens est associado ao desenvolvimento de doenças crnicas no transmissveis (DCNT) e diminuio da qualidade de vida e ao aumento da mortalidade precoce. A transio da adolescncia para a fase adulta o perodo de maior risco para a incidncia da obesidade. Objetivo: Estimar o efeito o ndice de massa corpora (IMC) aos 20 anos sobre a incidncia de DCNT em adultos brasileiros com idade entre 30 a 49 anos. Mtodos: Foram selecionados 12.079 indivduos de 30 a 49 anos da Pesquisa Nacional de Sade (PNS), realizada no ano de 2013. O modelo adotado para determinao das DCNT foi aquele proposto pela Organizao Mundial de Sade. A incidncia das DCNT (hipertenso, doenças cardiovasculares, diabetes e cncer, entre outras), informada pela data do diagnstico, foi modelada como funo do IMC aos 20 anos. Os indivduos sem a doena at o presente foram considerados como censura. As estimativas de sobrevida foram calculadas com o mtodo de Kaplan-Meier (KM) para cada uma das doenças, estratificada por sexo e ajustada por escolaridade. A anlise dos fatores de risco para as doenças foi feita utilizando-se o modelo de riscos proporcionais de Cox. Resultados: Nas curvas de sobrevida KM, indivduos com IMC >=25kg/m apresentaram incidncia mais elevada e precoce de DCNT, principalmente hipertenso, diabetes e depresso. A idade mediana para incidncia do diabetes em obesos foi de 47 anos para homens e 48 anos para mulheres. A incidncia da hipertenso arterial foi 4,2 por mil com sobrevida mediana de 48 e 44 anos em mulheres com excesso de peso e obesidade, respectivamente. Dentre os fatores de risco associados as DCNT, o tabagismo em idade precoce foi associado incidncia de depresso. Concluso: O excesso de peso em adultos jovens aumenta a incidncia precoce de DCNT, com efeitos negativos na qualidade de vida, lazer e produtividade, alm de aumentar a demanda por servios de sade. Torna-se necessrio que a interveno para reduo dessas doenças seja direcionada para o perodo da infncia e adolescncia com aes que promovam a reduo da exposio desses indivduos alimentao de m qualidade e incentivo a prtica de atividade, no uso do tabaco e consumo moderado de lcool.

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Os fungos do gnero Metarhizium so entomopatognicos e ainda apresentam relaes endofticas e podem viver saprofiticamente no solo. A associao desses microrganismos com insetos bem conhecida, mas as interaes diretas com as plantas ainda so incipientes. Objetivou-se com este estudo, determinar a capacidade de colonizao endoftica em razes de cana-de-acar (Saccharum spp.) de M. robertsii, M. anisopliae e trs linhagens brasileiras recm-descobertas, bem como revelar o potencial destes fungos como antagonistas a dois fungos fitopatognicos responsveis pela podrido-vermelha (Fusarium moniliforme e Colletotrichum falcatum) e no controle de duas importantes pragas, a broca da cana-de-acar, Diatraea saccharalis e o nematide-das-galhas, Meloidogyne javanica. Foram utilizados 24 isolados de Metarhizium spp. nos experimentos de promoo de crescimento de plantas aps a inoculao em gemas de cana-de-acar em condies de casa-de-vegetao e campo. O efeito da inoculao do fungo em mudas de cana-de-acar foi investigado quanto a mortalidade e reduo no desenvolvimento de D. saccharalis e reduo nas populaes de M. javanica. Experimentos de inibio in vitro em cultivo pareado foram conduzidos com os fungos F. moniliforme e C. falcatum e Trichoderma harzianum. Alm disto, foram realizados testes qualitativos \"in vitro\" para avaliar a capacidade desses fungos em produzir β-1,3-Glucanase e Siderforos. A inoculao de Metarhizium de todas as espcies testadas promoveu o crescimento de parte area, peso mido e seco de razes em relao ao controle (gua). Enquanto o tratamento de gemas rotineiramente usado na usina onde se realizou a produo de mudas pr-brotadas com aplicao do fungicida Comet® + o fertilizante Biozyme TF resultou em pegamento de 32% e 59,6%, apenas com o uso de isolados de Metarhizium spp. estes valores foram de at 50% e 86,4%, nos dois experimentos em campo, respectivamente. As mortalidades observadas em lagartas de D. saccharalis que se alimentaram das plantas inoculadas com isolados de Metarhizium spp. atingiram valores de at 80%, sendo a mortalidade confirmada pela esporulao do fungo de at 55%. As lagartas sobreviventes apresentaram menor peso do que aquelas do controle no tratado. A inoculao de Metarhizium spp. em mudas de cana-de-acar conferiu proteo a M. javanica, resultando em uma densidade de massa de ovos por grama de raiz nas mudas inoculadas com o fungo at 59,8% menor no primeiro experimento e 64,1% menor no segundo em relao as mudas sem inoculao. Os ensaios de antagonismo mostraram que, todos os isolados de Metarhizium spp. apresentaram alguma forma de inibio tanto para F. moniliforme como para C. falcatum. Dos 24 isolados testados, 20,8% produziram a enzima hidroltica, β-1,3-glucanase, o que pode estar associado a capacidade de inibio dos fungos fitopatognicos. Constatou-se que 8 (33,3%) dos isolados produziram siderforos e sugere que esses fungos apresentam mecanismos de disponibilizao do ferro. O conhecimento gerado com este estudo poder subsidiar novas estratgias de utilizao de Metarhizium spp. em campo na produo de MPB de cana-de-acar.

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As glndulas salivares so estruturas essenciais para a manuteno da homeostase da cavidade oral pela sntese e secreo do fluido salivar. A disfuno ou perda permanente das glndulas salivares causadas por radioterapia, doenças inflamatrias ou desordens congnitas elevam principalmente o risco de infeces da mucosa oral e de estruturas dentrias, alm de potencialmente prejudicar funes fisiolgicas como fala, mastigao e paladar, diretamente interferindo na qualidade de vida dos indivduos afetados. Os tratamentos atualmente disponveis so apenas paliativos, ressaltando a necessidade de se compreender melhor os processos embriognicos a fim de desenvolver novas estratgias teraputicas capazes de regenerar as glndulas salivares. O princpio da formao das glndulas salivares baseia-se na coordenao de diversos processos morfogenticos, e este trabalho foca particularmente em investigar a formao do espao luminal do sistema de ductos, uma vez que a adequada abertura dos lumens um processo essencial para a secreo salivar. Relata-se que a remoo das clulas centrais dos cordes slidos epiteliais por morte celular apopttica o principal mecanismo de abertura do espao luminal dos futuros ductos glandulares em camundongos. Porm, pouco se sabe sobre o controle temporal da apoptose durante o desenvolvimento glandular e sobre seu comportamento em glndulas salivares humanas. Neste trabalho, o perfil de expresso de diversas protenas envolvidas na cascata apopttica em glndulas salivares fetais humanas foi analisado de acordo com cada estgio morfogentico por imunoistoqumica (Bax, Bak, Bad, Bid, Bcl-2, Bcl-x, Bcl-xL, caspase-3 clivada, caspases-6, -7 e -9, apaf-1, survivina e citocromo c). As anlises semi-qualitativas resultaram em negatividade apenas para as protenas Bcl-2, Bad, Bid e caspase-3 clivada em todas as fases de desenvolvimento. A expresso nuclear de Bax e Bak foi identificada em presumidos espaos luminais em estgios precoces, enquanto Bcl-xL foi o fator antiapopttico da famlia Bcl-2 que exibiu expresso nuclear mais importante. Caspases-6, -7 e -9 foram positivas em todas as fases, e a ausncia de caspase-3 clivada sugere caspase-7 como principal caspase efetora da apoptose em desenvolvimento de glndulas salivares humanas. Ambos os componentes do complexo apoptossomo foram positivos durante o desenvolvimento glandular, e o inibidor survivina demonstrou mais positividade nuclear em estgios mais avanados. Ao observar a expresso de reguladores apoptticos durante o desenvolvimento glandular humano, foram realizados experimentos funcionais com culturas de tecido glandular de camundongos para avaliar o papel das caspases durante a formao desta estrutura. Inicialmente detectou-se a atividade apopttica em glndulas salivares de camundongos albinos no centro dos cordes epiteliais primrios a partir de estgios precoces de desenvolvimento atravs de TUNEL e caspase-3 clivada. A partir disso, foi realizada a inibio apopttica funcional in vitro durante o mesmo perodo, que resultou em ductos significativamente mais amplos e em defeitos morfolgicos importantes nas estruturas luminal e acinar. Este trabalho evidenciou portanto atividade apopttica durante a formao de glndulas salivares humanas e de camundongo, expressando-se em fases mais precoces do que reportadas anteriormente. Alm disso, a ausncia de Bad e Bid indica que a via intrnseca est mais ativa que a extrnseca, e distintos perfis de expresso da maioria das molculas sugere adicionais funes no-apoptticas durante a morfognese glandular.

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A radioterapia interna seletiva uma alternativa para o tratamento de alguns tipos de cnceres como o carcinoma hepatocelular (CHC), ou cncer de fgado primrio. Neste tratamento, microesferas de vidro ou polimrica contendo em sua estrutura radionucldeos emissores de partculas β- so introduzidas no fgado por meio da artria heptica e migram, preferencialmente, para regies hipervascularizadas, que so caractersticas da presena de tecido canceroso. Neste trabalho, foram propostos o desenvolvimento de vidros fosfato contendo hlmio para produo de microesferas e sua aplicao em radioterapia interna seletiva no Brasil. O vidro desenvolvido apresentou durabilidade qumica adequada, densidade de 2,7(3)g/cm3, alta estabilidade trmica e as impurezas encontradas no inviabilizam o tratamento. As microesferas foram produzidas pelos mtodos da chama e da queda gravitacional e foram caracterizadas por diversas tcnicas em que se observaram forma, granulometria, atividade e biocompatibilidade apropriados para o tratamento pretendido. Prope-se que as microesferas possam ser submetidas a testes in vivo.

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Introduo: A Organizao Mundial da Sade indica que a prevalncia do dficit de altura tem diminudo no planeta nas ltimas dcadas, pouco se sabe ainda sobre os fatores associados a este declnio ou sua associao com a desigualdade social. Objetivo: Descrever a evoluo do dficit de altura e da desigualdade socioeconmica em diferentes regies do mundo. Mtodos: A pesquisa foi baseada em dados secundrios provenientes do programa Demografic Health Surveys DHS de 6 sub-regies do mundo representando 24 pases em um total de 48 pesquisas na dcada de 90 e na primeira dcada do sculo 21 com 377.151 crianas menores de 5 anos. Foi considerada como varivel de interesse o Dficit de altura para idade considerado como a ocorrncia deste ndice inferior a -2 escore Z da distribuio de referncia WHO-2006. Foram imputados atravs de modelo de regresso os valores faltantes das variveis gua para beber, esgoto sanitrio e escolaridade materna. Foi estimado o ndice de Concentrao para as variveis dficit de altura, educao materna deficiente, gua para beber insegura, esgoto domiciliar deficiente e ocorrncia de doenças, tendo como varivel de ranqueamento o ndice de Riqueza. Dados do poder de paridade de compra fornecidos pelo Banco Mundial foram utilizados para verificar as diferenas na evoluo da desnutrio. Resultados: Nessa anlise acerca da evoluo da desigualdade socioeconmica do dficit de altura para idade em pases em desenvolvimento constatou-se que: a) a prevalncia do dficit de altura para idade decresceu em 87 por cento dos pases; b) apenas 8 pases (33 por cento ) aumentaram a diferena entre prevalncia do dficit de altura nos quintos extremos c) quatorze pases (58 por cento ) evoluram com diminuio do dficit de altura e aumento do ndice de concentrao; d) Dois pases que diminuram a o dficit de altura e a desigualdade tinham os menores valores de escolaridade materna deficiente; e) 13 pases (93 por cento ) daqueles que diminuram dficit mas aumentaram a desigualdade possuam indicadores de vulnerabilidade infantil deficientes. Concluses: Os pases em desenvolvimento apresentam reduo no dficit de altura em crianas menores de 5 anos. A diminuio da desigualdade na riqueza e na escolaridade materna deficiente explicaram maior parte da melhoria da desigualdade do dficit de altura para idade.

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Introduo: As doenças cardiovasculares so a principal causa de morte no Brasil e no mundo e apresentam importante contribuio para a carga global de doenças. A dieta tem sido considerada um dos determinantes primrios do estado de sade dos indivduos, atuando na modulao dos fatores de risco metablicos para doena cardiovascular. Objetivos: Desenvolver um modelo conceitual para a relao entre fatores de risco metablicos e investigar sua associao com padres de dieta de adultos e idosos residentes no municpio de So Paulo. Mtodos: Estudo transversal de base populacional com amostra probabilstica de adultos e idosos, residentes em rea urbana do municpio de So Paulo, que participaram do Inqurito de Sade do Municpio de So Paulo, realizado em duas fases entre os anos de 2008 e 2011 (estudo ISA Capital 2008). Na primeira fase do estudo, 1.102 adultos e idosos, de ambos os sexos, foram entrevistados no domiclio, por meio da aplicao de questionrio estruturado e do recordatrio alimentar de 24 horas. Na segunda fase, 642 indivduos adultos e idosos foram reavaliados quanto ao consumo alimentar por meio da aplicao, por telefone, do segundo recordatrio alimentar, e, destes, 592 participaram da coleta domiciliar de amostras de sangue venoso, da medio antropomtrica e da aferio da presso arterial por tcnico de enfermagem. Os alimentos relatados em ambos os recordatrios foram agrupados segundo a similaridade do valor nutricional e hbitos alimentares da populao, e corrigidos pela varincia intrapessoal da ingesto por procedimentos estatsticos da plataforma online Multiple Source Method. Os grupos de alimentos foram analisados por meio de anlise fatorial exploratria e confirmatria (manuscrito 1) e por modelos de equaes estruturais exploratrios (manuscrito 3), a fim de obter os padres de dieta. O modelo conceitual da relao entre os fatores de risco metablicos (leptina srica, protena C-reativa de alta sensibilidade srica, presso arterial sistlica e diastlica, razo colesterol total/lipoprotena de alta densidade, razo triacilglicerol/lipoprotena de alta densidade, glicemia de jejum plasmtica, circunferncia da cintura e peso corporal) foi obtido por modelos de equaes estruturais estratificados por sexo (manuscrito 2). Por fim, a associao dos padres de dieta com o modelo conceitual proposto (manuscrito 3) foi investigada por modelos de equaes estruturais exploratrios. ndices de qualidade de ajuste foram estimados para avaliar a adequao de todos os modelos. As anlises foram realizadas no programa Mplus verso 6.12. Resultados: No manuscrito 1, a anlise fatorial exploratria revelou a existncia de dois padres de dieta, os quais apresentaram boa qualidade de ajuste na anlise fatorial confirmatria quando aplicados os pontos de corte de cargas fatoriais |0,25| na rotao oblqua Promax. No manuscrito 2, a relao entre os fatores de risco metablicos foi diferente entre os sexos. Nas mulheres, a leptina srica apresentou efeitos indiretos e positivos, mediados pelo peso corporal e pela circunferncia da cintura, em todos os fatores de risco avaliados. J nos homens, a leptina srica apresentou efeitos diretos e positivos sobre a protena C-reativa de alta sensibilidade e efeitos indiretos e positivos (mediados pelo peso corporal e pela circunferncia da cintura) sobre a razo triacilglicerol/lipoprotena de alta densidade, colesterol total/lipoprotena de alta densidade e glicemia de jejum plasmtica. No manuscrito 3, foram obtidos trs padres de dieta, dos quais o Tradicional apresentou relao direta e negativa com a leptina srica e relao indireta e negativa com o peso corporal e a circunferncia da cintura, bem como com os demais fatores de risco metablicos. J o padro Prudente apresentou relao direta e negativa com a presso arterial sistlica, enquanto o padro Moderno no se associou aos fatores de risco metablicos investigados. Concluso: Diferenas nos padres de dieta de acordo com o tipo de rotao fatorial empregada foram observadas. A relao entre os fatores de risco metablicos para doena cardiovascular foi distinta entre homens e mulheres, sendo a leptina um dos possveis hormnios envolvidos. Os padres de dieta Tradicional e Prudente associaram-se inversamente com os fatores de risco metablicos, desempenhando uma importante estratgia de preveno e controle s doenças cardiovasculares no pas.

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A abertura poltica do Brasil democracia promoveu uma srie de mudanas legislativas e de organizao do Estado. Na rea da infncia e adolescncia, aps a promulgao do Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), foram criados conselhos de nvel federal, estadual e municipal, com o objetivo de promover e defender os direitos dessa populao especfica. Tambm foram formados os Conselhos Tutelares compostos por membros da sociedade civil, diretamente eleitos pela populao, com a funo de informar e promover esses direitos localmente. Utilizando a metodologia qualitativa-quantitativa do Discurso do Sujeito Coletivo, a pesquisa analisou a percepo e opinio dos conselheiros tutelares a respeito de situaes que envolvem a prtica sexual voluntria heterossexual e homossexual de adolescentes da faixa etria de 12 a 17 anos. Os dados foram colhidos com o uso de questionrios semiestruturados para autopreenchimento, apresentados em visita tcnica aos membros dos 44 Conselhos Tutelares do municpio de So Paulo. Alm do perfil social e familiar, foram coletadas opinies dos conselheiros quanto autonomia dos adolescentes e suas noes de desrespeito legal, alm de sugestes de orientao de condutas frente a trs casos hipotticos de prtica sexual realizada por adolescentes. Responderam pesquisa 80 (36,4 por cento ) conselheiros de um total de 220, de 29 (65,9 por cento ) dos 44 Conselhos Tutelares da cidade. Observou-se que apresentaram tendncia a reproduzir os modelos tradicionais negativos da sociedade brasileira no julgamento da prtica sexual de adolescentes, avaliando sua ocorrncia pela tica moral e de opinio de familiares e outros adultos. Mais da metade no associa tais prticas a impactos especficos sobre a sade e os direitos sexuais e reprodutivos dos adolescentes, nem realiza encaminhamentos para sua promoo. Adotam noes desiguais de gnero do senso comum, que remetem preocupao com a imagem e impactos da publicizao da sexualidade de meninas, no fazendo o mesmo para adolescentes meninos e veem as prticas homoafetivas sob a tica da violncia e seduo, associando-as necessidade de orientao psicolgica e problemas de sade mental. Considera-se que conselheiros tutelares esto pouco preparados para lidar com a sexualidade de adolescentes e normalmente treinados para avali-la tal qual a violncia sexual que acomete crianas. Como possuem status local de legitimidade, so procurados e tem poder de averiguao e encaminhamento pblico de ocorrncias, terminando por, muitas vezes, desrespeitar os direitos humanos de adolescentes quanto expresso e vivncia da sexualidade e da prtica sexual saudvel. Considera-se fundamental discutir o papel dos Conselhos Tutelares frente aos direitos de adolescentes, de forma que ao contrrio do proposto na democratizao do pas, no se configurem como mais um instrumentos de exerccio de poder para perpetuar desigualdades sociais. Na rea da sexualidade, a defesa dos direitos de adolescentes passa pelo respeito a sua sexualidade, acesso informao, garantia de servios pblicos que efetivamente os atendam para proporcionar exames, contracepo, preveno de doenças sexualmente transmissveis, etc., com respeito a sua cidadania, especificidades, necessidades, autonomia e dignidade pessoal, promovendo-os e defendendo-os frente a famlias, comunidade, a toda a sociedade e ao prprio poder pblico.

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Introduo: O deslocamento ativo tem estreita relao com problemas de sade pblica da atualidade e sua promoo pode contribuir para melhorias quanto mobilidade urbana, estado de sade e proteo do meio ambiente. Entretanto, a maior parte das pesquisas sobre o tema tem sido desenvolvida em pases de renda alta. A presente tese busca ampliar a investigao sobre o deslocamento ativo no Brasil. Objetivos: i) Descrever a frequncia, a distribuio e a variao temporal de indicadores do deslocamento ativo em populaes brasileiras; ii) Avaliar o impacto de mudanas no padro de transporte da populao sobre o deslocamento ativo, o tempo sedentrio e desfechos de sade em populaes brasileiras. Mtodos: Tese composta por sete manuscritos. O primeiro apresenta reviso sistemtica de estudos com informaes sobre a prtica de deslocamento ativo na Amrica Latina e Caribe; o segundo descreve estimativas representativas da populao brasileira sobre a prtica de deslocamento ativo para o trabalho; o terceiro e o quarto descrevem a frequncia e tendncia temporal do deslocamento ativo na Regio Metropolitana de So Paulo (ciclistas e escolares); o quinto discute a questo da mobilidade urbana e do direito cidade em So Paulo; o sexto e o stimo avaliam o impacto de mudanas no padro de mobilidade da metrpole paulistana sobre a prtica de deslocamento ativo, tempo no-ativo de deslocamento e tempo total de deslocamento, bem como sobre a poluio do ar e sade da populao. Resultados: A prevalncia mediana de deslocamento ativo encontrada em diferentes locais do Brasil foi de 12 por cento , variando entre 5,1 por cento em Palmas (Tocantins) a 58,9 por cento em Rio Claro (So Paulo) (Manuscrito 1). Um tero dos homens e das mulheres desloca-se a p ou de bicicleta de casa para o trabalho no pas. Em ambos os sexos, esta proporo diminui com o aumento da renda e da escolaridade e maior entre os mais jovens, entre os que residem em reas rurais, e na regio Nordeste. Em todas as regies metropolitanas estudadas, o quinto das pessoas de menor renda apresenta uma maior frequncia de deslocamento ativo (Manuscrito 2). Entre os anos de 2007 e 2012, observamos reduo no nmero de ciclistas em So Paulo e diferenas expressivas na proporo de ciclistas entre homens e mulheres (9,7 por mil habitantes versus 1,4 por mil habitantes em 2012) (Manuscrito 3). Tambm verificamos uma queda na proporo de crianas que se deslocam ativamente para a escola entre os anos de 1997 e 2012 (Manuscrito 4). O cenrio epidemiolgico do deslocamento ativo no pas resultante da disputa pelo direito cidade, com repercusses na transio de mobilidade humana e na sade e qualidade de vida da populao, como podemos observar no caso de So Paulo (Manuscrito 5). A construo de uma So Paulo mais inclusiva, com menores distncias para os deslocamentos cotidianos e maior frequncia de caminhada e bicicleta, levaria substancial reduo do tempo total e do tempo sedentrio despendidos nos deslocamentos, sem diminuir a durao do deslocamento ativo (Manuscrito 6). Traria tambm ganhos sade da populao, sobretudo pelo aumento da prtica de atividade fsica e da reduo da poluio do ar (Manuscrito 7). Concluses: A prtica de deslocamento ativo no Brasil apresenta marcadas diferenas segundo regio e caractersticas sociodemogrficas. De um modo geral, esta prtica vem diminuindo no pas, o que deve contribuir negativamente para a sade da populao. A promoo de cidades mais inclusivas e compactas, com o favorecimento a modos ativos de deslocamento, pode contribuir para reverter esta preocupante tendncia.

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O objetivo deste estudo foi interpretar a realidade social e poltica, na qual se estabelece o cuidado intercultural vivenciado por indivduos na zona de intermedicalidade de uma aldeia, partindo da perspectiva dos usurios indgenas e dos profissionais de sade amerndios e no-indgenas. As bases tericas que ancoraram a coleta e anlise interpretativa dos dados incluram: a Etnografia, Antropologia Interpretativa, Modelos explanatrios e abordagem cultural safety. Mediante aprovao do Comit Nacional de tica em Pesquisa, procedeu-se trabalho de campo na Terra Indgena Buriti, localizada nos muncipios Sidrolndia e Dois Irmos do Buriti, Mato Grosso do Sul, Brasil. Realizou-se observao participante nas unidades de sade e no cotidiano das famlias nas aldeias, bem como no Plo de Sidrolndia. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas com 16 indgenas usurios do servio, 12 profissionais de sade terenas e seis trabalhadores de sade no-indgenas. A anlise dos dados, simultnea coleta, ocorreu na perspectiva da Hermenutica Dialtica por meio da anlise temtica. Os preceitos ticos foram seguidos. Neste estudo, identificaram-se dois temas: 1) \"Doena pior que a morte: explicaes sobre o processo de adoecimento\" retrata como o processo sade-doena interpretado pelos participantes. Sade, para os terenas, um aspecto primordial na vida deles. O processo de adoecer envolve a perda e/ou a reduo da disposio fsica, psquica e espiritual para desenvolver atividades cotidianas. Espiritualidade, higiene, alimentao e a questo da posse de terra impactam o processo de adoecimento terena. 2) \"A intermedicalidade do sistema de cuidado em sade terena\" que retrata os significados atribudos pelos participantes coexistncia e intercomunicaes (intermedicalidade) entre as formas de cuidados em sade terena: medicina terena, espiritualidade, modo de vida e o servio oficial de ateno sade (sistema Plo/Posto). O sistema de cuidado dos terenas revela o processo de indigenizao dos servios de sade. A medicina terena entendida sob dois mbitos: um centralizado no conhecimento tradicional indgena, que inclui uso de ervas, atividades de parteiras e de \"puxadores de pernas\"; e outro nos aspectos msticos e sobrenaturais para sua execuo: rezas e prtica da pajelana, com destaque para reduo do nmero de pajs. A espiritualidade como opo teraputica representada pela f do terena em Deus, concretizada pela orao. O modo de vida do terena engloba principalmente dois aspectos: centralidade na famlia e o cuidado com higiene individual e ambiental. O sistema Polo/Posto procurado pelo terena conforme a cartela de servios ofertada pelas unidades e segundo suas necessidades peculiares, os casos que o terena \"no consegue resolver\". Neste mbito de cuidado, h a produo de encontros do cuidado pautados pelo vnculo, confiana, dilogo e agir dos profissionais culturalmente sensvel. H, tambm, desencontros do cuidado favorecidos por prioridades estabelecidas em metas, atendimento queixa-conduta e precria infraestrutura. Observou-se um processo macio do uso de medicao. Os aspectos identificados nos relatos dos participantes sobre o sistema de cuidado terena so atravessados pela historicidade do povo terena, questo da posse de terra, medicalizao da sociedade, higienismo, integrao entre corpo, cosmos e terra, espiritualidade com diversidade religiosa, cultura terena centrada na famlia, atividades programticas de sade na ateno bsica, biomedicina, transporte precrio e baixa resolutividade. Diabetes e hipertenso arterial foram as doenças registradas pelo Plo e significadas pelos participantes como as principais enfermidades da populao. H a coexistncia de medicinas hbridas em todos mbitos de cuidado em sade terena. importante que a intermedicalidade ocorra nos espaos do sistema Plo/Posto sem sobreposio do saber mdico e/ou da lgica institucional sabedoria terena

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Acompanhando a tendncia mundial, o Brasil apresenta um processo de envelhecimento de sua populao, caracterizado pelo aumento das condies crnicas, inclusive do cncer. O quadro convoca mudanas profundas nos sistemas de sade, demandando a implantao de Redes de Ateno, a fim de garantir acesso a todos os nveis de ateno, superando a fragmentao do cuidado. Com o intuito de conhecer os avanos no que se refere ateno oncolgica em rede, analisou-se o acesso ao tratamento do cncer em So Paulo, especialmente a partir do surgimento da Lei dos sessenta dias. Foram considerados os sistemas de monitoramento da ateno oncolgica no municpio, alm de analisados os itinerrios assistenciais de usurias, utilizando o cncer de mama como condio traadora. No foi possvel identificar uma reduo do tempo de espera para iniciar o tratamento, a partir do banco do Registro Hospitalar de Cncer de so Paulo, considerando que no h completude na base a partir de 2013, sendo observado que o tempo indicado na lei foi ultrapassado nos dois anos anteriores. Da mesma forma, notou-se um aumento da proporo de estdios avanados nesse perodo. Ainda com relao varivel tempo, as informaes no SIGA demonstraram que, em 2013, o tempo mdio para uma consulta em Onco-mastologia nos servios de gesto municipal que esto sob regulao foi de apenas 4 dias. Por meio dos Sistemas de Informao Ambulatorial e Hospitalar, observou-se um aumento estatisticamente significativo na produo de radioterapia e de cirurgias oncolgicas entre os anos 2011 e 2014, e uma tendncia de reduo dos procedimentos quimioterpicos. O Sistema de Informao sobre Cncer de Mama demonstrou aumento no percentual de mamografias alteradas, aspecto que, ao ser analisado em conjunto com o aumento da proporo de estadiamentos avanados, pode ser indicativo de maior dificuldade no acesso ao diagnstico precoce do cncer de mama. Observou-se que a judicializao esteve muito relacionada a acesso a medicamentos quimioterpicos, de prescrio aps a entrada nos servios especializados, o que confirma que o acesso ao tratamento de cncer de mama no municpio no apresenta grandes barreiras. Um importante efeito visualizado com o surgimento da Lei foi a padronizao dos protocolos de acesso aos servios de gesto municipal e estadual. Entretanto, a rede de oncologia em So Paulo continua fragmentada dentre seus componentes estruturais, as aes permanecem no plano da construo de fluxos de encaminhamento, ficando restrita ateno especializada. A ateno oncolgica na cidade atravessada pelo setor privado, o que deixa na dependncia dos prestadores a disponibilizao de vagas para acesso e o fluxo interno de cada servio. O poder ainda continua com os grandes prestadores, no sendo bem conhecidos os caminhos para o acesso a algumas instituies, nem publicizadas as informaes sobre fila e tempo de espera. A legislao sozinha no indutora de melhoria de acesso, nem muito menos de garantia de integralidade. Um importante desafio para o SUS a integrao dos servios e a construo de redes de ateno com centralidade na APS, garantindo, acima de tudo, o diagnstico em tempo oportuno e a efetiva gesto sobre os servios privados contratados de mdia e alta complexidade.

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Introduo O nvel de atividade fsica (NAF) insuficiente e estado nutricional (EN) inadequado conferem risco de desenvolvimento de hipertenso arterial e diabete, bem como dificultam o controle destas doenças. Assim, infere-se que os custos despendidos pelo SUS com medicamentos, internaes e consultas de hipertensos e diabticos apresentem relao inversa com NAF, incluindo a prtica de caminhada e EN. Entretanto, estudos epidemiolgicos que descrevam estes custos e analisem essas associaes na populao idosa so inexistentes no Brasil, o que dificulta a fundamentao para a implementao de polticas publicas para a economia de recursos. Objetivo Descrever os custos com procedimentos de sade de idosos hipertensos e diabticos e verificar qual a sua associao com NAF e EN, segundo sexo e grupos etrios. Mtodos A amostra foi constituda por 806 idosos com autorreferncia hipertenso e/ou diabete ( 60 anos) residentes no municpio de So PauloSP, participantes das trs coortes do Estudo Sade, Bem-estar e Envelhecimento SABE - em 2010. A varivel dependente custo total anual (em Reais), foi estimada com base nos dados autorreferidos sobre uso de medicamentos, uso dos servios ambulatoriais e internaes hospitalares, retroativos a um ano da coleta de dados. A variveis explanatrias: i) NAF foi estimada a partir de entrevista utilizando o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ, verso curta), classificando os idosos segundo durao da realizao de atividades fsicas moderada, em ativos ( 150 minutos/semana) e insuficientemente ativos (< 150 minutos/semana); ii) Prtica de caminhada, categorizada segundo frequncia semanal: a) 4 dias/ semana; b) 1 a 3 dias/semana; c) no caminha. iii) EN, identificado pelo ndice de massa corporal (IMC), classificando os idosos em dois grupos: a) IMC < 28 kg/ m; b) IMC 28 kg/ m (excesso de peso); as variveis de controle foram o sexo, grupos etrios (a. 70 anos; b. 65 a 69 anos; c. 60 a 64 anos); estado civil (a. casado; b. outros) e, escolaridade (a. sem escolaridade; b. 1 ano). A descrio dos custos segundo as NAF e EN foi representada pelos valores de mdia e IC95 por cento , mediana e P25 P75, valores mnimos e mximos. Modelos de regresso logstica mltipla foram empregados para analisar as associaes entre variveis dependentes e explanatrias. O nvel de significncia foi estabelecido em 5 por cento e todas as anlises foram realizadas considerando amostras complexas, por meio do software Stata, 13.0. 9 Resultados: A mdia de custo total anual por pessoa foi de R$ 732,54 e a soma dos custos relativa a 12 meses para os 806 idosos foi de R$ 609.587,20, sempre superiores para idosos em excesso de peso, com NAF insuficiente e para idosos que no caminham. Idosos em excesso de peso apresentaram chance 50 por cento superior de estarem no grupo de maior custo total anual (OR 1.49, IC95 por cento 1.01 2.18) e mais de 70 por cento superior de maior custo com medicamentos (OR 1.71, IC95 por cento 1.18 2.47). A ausncia de caminhada significou a chance superior para maiores custos anuais com medicamentos (OR 1.63, IC95 por cento 1.06 2.51) e custos totais (OR 1.82, IC95 por cento 1.17 2.81). Todas as anlises ajustadas por sexo e idade. O NAF no se associou aos custos totais e custo com medicamentos (p>0.05). Concluso: Os custos para o controle de HAS e DM em idosos so altos e se associam inversamente prtica de caminhada e ao estado nutricional, especialmente em relao ao custo com o uso de medicamentos antihipertensivos e hipoglicemiantes.

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Os microRNAs (miRNAs) so pequenos RNAs no codificadores de protenas presentes na maioria dos eucariotos. Esses RNAs regulam a expresso gnica em nvel ps-transcricional atravs do silenciamento de mRNAs-alvo que possuem stios complementares s suas sequncias, atuando em praticamente todos os processos celulares. Embora a estrutura e funo dos miRNAs estejam bem caracterizadas, aspectos relacionados sua organizao genmica, evoluo e atuao em doenças so tpicos que apresentam enormes lacunas. Nesta tese, utilizamos abordagens computacionais para investigar estes temas em trs trabalhos. No primeiro, processamos e integramos um vasto volume de dados publicamente disponveis referentes aos miRNAs e genes codificadores de protenas para cinco espcies de vertebrados. Com isso, construimos uma ferramenta web que permite a fcil inspeo da organizao genmica dos miRNAs em regies inter e intragnicas, o acesso a dados de expresso de miRNAs e de genes codificadores de protenas (classificados em genes hospedeiros e no hospedeiros de miRNAs), alm de outras informaes pertinentes. Verificamos que a ferramenta tem sido amplamente utilizada pela comunidade cientfica e acreditamos que ela possa facilitar a gerao de hipteses associadas regulao dos miRNAs, principalmente quando esto inseridos em genes hospedeiros. No segundo estudo, buscamos compreender como o contexto genmico e a origem evolutiva dos genes hospedeiros influenciam a expresso e evoluo dos miRNAs humanos. Nossos achados mostraram que os miRNAs intragnicos surgem preferencialmente em genes antigos (origem anterior divergncia de vertebrados). Observamos que os miRNAs inseridos em genes antigos tm maior abrangncia de expresso do que os inseridos em genes novos. Surpreendentemente, miRNAs jovens localizados em genes antigos so expressos em um maior nmero de tecidos do que os intergnicos de mesma idade, sugerindo uma vantagem adaptativa inicial que pode estar relacionada com o controle da expresso dos genes hospedeiros, e como consequncia, expondo-os a contextos celulares e conjuntos de alvos diversos. Na evoluo a longo prazo, vimos que genes antigos conferem maior restrio nos padres de expresso (menor divergncia de expresso) para miRNAs intragnicos, quando comparados aos intergnicos. Tambm mostramos possveis associaes funcionais relacionadas ao contexto genmico, tais como o enriquecimento da expresso de miRNAs intergnicos em testculo e dos intragnicos em tecidos neurais. Propomos que o contexto genmico e a idade dos genes hospedeiros so fatores-chave para a evoluo e expresso dos miRNAs. Por fim, buscamos estabelecer associaes entre a expresso diferencial de miRNAs e a quimioresistncia em cncer colorretal utilizando linhagens celulares sensveis e resistentes s drogas 5-Fluoruracil e Oxaliplatina. Dentre os miRNAs identificados, o miR-342 apresentou nveis elevados de expresso nas linhagens sensveis Oxaliplatina. Com base na anlise dos alvos preditos, detectamos uma significativa associao de miR-342 com a apoptose. A superexpresso de miR-342 na linhagem resistente SW620 evidenciou alteraes na expresso de genes da via apopttica, notavelmente a diminuio da expresso do fator de crescimento PDGFB, um alvo predito possivelmente sujeito regulao direta pelo miR-342.

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A terapia antiagregante comumente indicada na preveno e tratamento de doenças cardiovasculares. A dupla antiagregao com clopidrogrel e cido acetilsaliclico (AAS) tem sido frequentemente adotada em pacientes com Doena Arterial Coronariana (DAC), mas apresenta ineficcia em uma parcela significativa da populao com gentipo de respondedores. Essa falha teraputica nos leva a questionar se outros mecanismos moleculares podem estar influenciando na resposta a esses frmacos. Recentes estudos sugerem que pequenas sequncias de RNA no codificantes denominadas microRNAs (miRNAs) podem estar fortemente relacionadas com resposta ao tratamento frmaco-teraputico, controlando as protenas envolvidas na farmacocintica e farmacodinmica. Entretanto, os principais miRNAs que atuam na dinmica da resposta medicamentosa ainda no foram bem definidos. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de miRNAs no sangue total perifrico, procurando melhor esclarecer os mecanismos envolvidos na resposta aos antiagregantes plaquetrios AAS e clopidogrel. Para isso, selecionou-se pacientes com DAC, os quais apresentavam diferentes respostas dupla terapia de antiagregao determinadas pelo teste de agregao plaquetria. Baseados nos fentipos, os perfis de expresso de miRNAs foram comparados entre os valores da taxa de agregao categorizados em tercis (T) de resposta. O grupo T1 foi constitudo de pacientes respondedores, o T2 de respondedores intermedirios e o T3 de no respondedores. Os perfis de miRNAs foram obtidos aps sequenciamento de ltima gerao e os dados obtidos foram analisados pelo pacote Deseq2. Os resultados mostraram 18 miRNAs diferentemente expressos entre os dois tercis extremos. Dentre esses miRNAs, 10 deles apresentaram importantes alvos relacionados com vias de ativao e agregao plaquetria quando analisados pelo software Ingenuity. Dos 10 miRNAs, 4 deles, os quais apresentaram-se menos expressos no sequenciamento, demonstraram os mesmos perfis de expresso quando analisados pela reao em cadeia pela polimerase quantitativa (qPCR): hsa-miR-423-3p, hsa-miR-744-5p, hsa-miR- 30a-5p e hsa-let-7g-5p. A partir das anlises de predio de alvos, pde-se observar que os quatro miRNAs, quando menos expressos simultaneamente, predizem ativao da agregao plaquetria. Alm disso, os miRNAs hsa-miR- 423-5p, hsa-miR-744-5p e hsa-let-7g-5p mostraram correlao com o perfil lipdico dos pacientes que, por sua vez, apresentou influncia nos valores de agregao compreendidos no T3 de resposta a ambos os medicamentos. Sendo assim, conclui-se que maiores taxas de agregao plaquetria podem estar indiretamente relacionadas com os padres de expresso de hsa-miR- 423-3p, hsa-miR-744-5p e hsa-let-7g-5p. Sugere-se que a avaliao do perfil de expresso destes 3 miRNAs no sangue perifrico de pacientes com DAC possa predizer resposta teraputica inadequada ao AAS e ao clopidogrel

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A acne vulgar uma das doenças cutneas mais comuns, apresentando como um de seus fatores fisiopatolgicos primrios a colonizao pelo microrganismo Propionibacterium acnes. Atualmente, tm-se buscado terapias alternativas para o combate ao P. acnes, destacando-se alguns cidos graxos, como o cido larico (LA). O LA uma molcula pouco solvel em gua, sendo possvel sua incorporao em lipossomas. Os lipossomas apresentam capacidade de encapsulao/ liberao de ativos e impedem a desidratao da pele, tornando-se ingredientes inovadores na rea de cosmticos. Foram preparados lipossomas de dipalmitoilfosfatidilcolina (DPPC) contendo diferentes concentraes de LA, que variaram de 0 a 50% da concentrao total em mol, em quatro pHs: 9,0, 7,4, 5,0 e 3,0. Nestes pHs o estado de protonao do LA muda variando de 0 a -1. Os lipossomas foram extrusados por filtros com poros de 100 nm de dimetro visando obteno de vesculas unilamelares grandes (LUV). As LUV foram caracterizadas quanto a sua estabilidade em condies de prateleira, temperatura de transio de fase da bicamada, encapsulamento no interior aquoso, liberao do LA, difuso das vesculas na pele e seus aspectos morfolgicos foram caracterizados por espalhamento de raios-X a baixo ngulo (SAXS) e crio-microscopia eletrnica de transmisso. Estudos de estabilidade mostraram que independentemente da concentrao de LA, as formulaes so mais estveis em pHs mais altos, quando LA est em sua maioria na forma de laurato. Os experimentos de DSC revelaram que em pHs 3,0 e 5,0 e concentraes maiores de LA, a interao deste cido graxo com as bicamadas favorecida, havendo um aumento da temperatura de transio de fase (Tm) e diminuio da cooperatividade. Anlises de taxa de incorporao de sondas hidroflicas confirmaram a presena de um compartimento aquoso interno para as vesculas de DPPC:LA. O LA conseguiu permear a pele no perodo avaliado e pouco LA foi liberado das vesculas em condies de temperatura ambiente. A morfologia das LUV se mostrou bem diferente da esperada e se observaram vesculas com mais de uma bicamada e outros formatos que no o esfrico. Estes resultados podem auxiliar na otimizao das condies para uma formulao que poder ser usada no tratamento da acne, aumentando a eficcia do LA no stio alvo.